
O que vocês acham de um futuro sem a noção de propriedade sobre TVS, celulares, computadores, fogões, máquinas de lavar roupa e diversos outros bens que facilitam a nossa vida, mas deixam o Planeta cada vez mais cheio de lixo? Neste futuro, possuiríamos a licença de utilização, assim como o serviço de manutenção, e pagaríamos uma taxa por isso. Esse é um dos princípios da economia circular, uma revolução na forma como enxergamos o consumo.
A Época Negócios de abril traz uma entrevista com Ellen MacArthur, criadora da Ellen MacArthur Foundation, que tem buscado convencer empresas de vários lugares do mundo sobre a viabilidade da economia circular. Nessa proposta, os fabricantes redesenhariam o seu modelo de produção atual, assim como a forma de venda e interligação com toda a cadeia. Os produtos antigos seriam reaproveitados no próprio processo produtivo. E em alguns setores, além da recuperação na fábrica, também existe a possibilidade de o material ser regenerado biologicamente, voltando para a natureza.
Quando vejo esse tipo de iniciativa, que une tecnologia e inovação para repensar o nosso futuro, fico confiante. A Comissão Europeia já anunciou um ambicioso pacote de medidas relacionadas à economia Circular, que prevê metas até 2030. E Ellen garante que o conceito pode ser aplicado a qualquer setor da economia, desde que o processo consiga engajar não só empresas, mas também academia, órgãos reguladores e os governos.
A economia circular é uma opção para o problema do esgotamento de recursos e elevada geração de lixo e, segundo a McKinsey, pode ser muito rentável. De acordo com a consultoria, a adoção deste modelo adicionaria à economia US$ 1 trilhão até 2025 e geraria 100 mil novos postos de trabalho.